Microcefalia é nome que se dá quando a cabeça de uma pessoa apresenta tamanho menor do que o esperado para a idade. Pode resultar de problemas ocorridos no nascimento ou no transcorrer dos dois primeiros anos de vida (problemas que impeçam o crescimento normal do sistema nervoso central), ou ainda resultar de processos intra-uterinos e ser congênita (que é quando o bebê já nasce com a cabeça pequena).
Vive-se atualmente uma situação na região Nordeste do Brasil (predominantemente em Pernambuco) em que muitos bebês estão nascendo microcefálicos, situação que vem gerando muitas dúvidas e medo na população brasileira.
Existem várias causas para a microcefalia congênita, as quais estão sendo investigadas pelos órgãos competentes em âmbito nacional a fim de esclarecer esse momento atual. Essas causas podem ser biológicas, genéticas, ambientais, químicas ou físicas, podendo estar relacionadas a doenças ou problemas ocorridos na gestação, portanto é muito importante a realização das consultas pré-natais. Alguns exemplos: transtornos genéticos, uso de substâncias tóxicas como cigarro, álcool, drogas ilícitas, cosméticos inadequados para gestantes, exposição a radiação, medicamentos sem ciência do médico, infecções e motivos desconhecidos.
A suspeita era de que os casos que estão ocorrendo de modo epidêmico no nosso país sejam consequência de infecções nas gestantes, estando em investigação rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, parvo vírus, herpes vírus e, devido ao relato de manchas vermelhas no corpo de algumas mães de bebês afetados, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti como Dengue, Chikungunya e Zika. Não existem dados robustos na literatura médica que relacionem Zika com microcefalia, mas, devido ao grande número de casos dessa infecção nessa região do país, tornou-se um importante suspeito.
Em 25 de novembro de 2015, O governo da Polinésia (território ultramarino da França) anunciou que estava investigando uma possível relação entre o Zika vírus e casos de má-formação em bebês. A população local sofreu com uma epidemia de Zika entre 2013 e 2014.
Após diversas pesquisas, o Ministério da Saúde confirmou no dia 28 de novembro de 2015 a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia.
O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus zika. Foi uma situação inédita na pesquisa científica mundial.
As investigações sobre o tema continuam, para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
Assim, está sendo fortemente recomendado que as gestantes se protejam de mosquitos, especialmente durante os primeiros 4 meses – período de formação dos órgãos do futuro bebê. Isso deve ocorrer em todo o país, tendo em vista que casos de Zika estão começando a aparecer nacionalmente, devido ao vetor (mosquito) e deslocamento de pessoas (viajantes).
Por causa do zika, a Colômbia pediu que casais adiassem planos de ter um filho. "Considerando a atual fase em que se encontra a epidemia do zika vírus e o risco que ela traz, recomenda-se que os casais que vivem em território nacional evitem gestações durante essa fase, que pode se estender até o mês de julho de 2016."
O atendimento das crianças que nasceram com microcefalia vem sendo realizado nos serviços de atenção básica do Sistema Único de Saúde em nível local. Crianças com essa condição devem ser investigadas e monitorizadas pelo pediatra quanto ao crescimento e desenvolvimento, com seguimento multiprofissional e multi-especialidades se houver detecção de atrasos, com a finalidade de minimizar qualquer potencial dano decorrente do crescimento insuficiente do cérebro.
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